No período dos últimos anos, as fontes de energia renováveis se desenvolveram de forma
impressionante e alcançaram a liderança da expansão mundial na oferta de geração elétrica. Através
do seu menor custo econômico que as tradicionais fontes poluentes, elas já são a escolha mas
vantajosa financeiramente e o caminho para a descarbonização do setor elétrico e também o meio
de frear o aquecimento global. Sim, o potencial existe e foi demonstrado em cálculos por cientistas
internacionais, que afirmaram que apenas 1,2% do território do Saara coberto por placas solares
seria o suficiente para abastecer (energeticamente) todo o mundo.
Entretanto, uma grande barreira para o crescimento das fontes limpas é o fato de elas não estarem
disponíveis no mesmo ritmo com que todos consomem energia, ou seja, a todo o momento. Uma
solução para isso está nas tecnologias de baterias para armazenamento em grande escala de
energia que, embora confiáveis, possuem um alto custo de produção e demandam recursos naturais
da Terra finitos. Porém, uma outra saída para esse problema pode ser a instalação de estações
solares no espaço. Esse conceito foi idealizado pela primeira vez em 1920 e fica cada vez mais
próximo da realidade. Além de teoricamente possível, a utilização de painéis solares em larga escala
no espaço apresenta diversas vantagens em relação às aplicações que crescem a cada ano no
mundo. Uma usina solar em órbita no espaço poderia estar em frente ao Sol 24 horas por dia e gerar
mais energia devido à ausência da atmosfera, que absorve e reflete parte da luz que chega à Terra.
Contudo, a montagem, envio e implantação dessas estações, que podem ter até 10 km² de extensão,
ainda representam desafios que os cientistas de vários países tentam solucionar. Nesse sentido, as
pesquisas envolvem diferentes técnicas que objetivam diminuir o peso dos materiais utilizados e,
assim, reduzir um dos maiores custos desses projetos: seu lançamento ao espaço. Alguns exemplos
são o envio de milhares de satélites menores para formar um único grande gerador e também as
técnicas de impressão 3D de células fotovoltaicas ultraleves em grandes velas solares. Isso mesmo,
uma vela solar é uma membrana dobrável, leve e altamente reflexiva, que fabricada com
células fotovoltaicas poderia formar as estruturas de grandes estações espaciais de energia solar.
Além do desenvolvimento de técnicas para a construção das usinas solares diretamente do espaço,
essas pesquisas ainda consideram a utilização de outros recursos, como materiais encontrados na
lua.
No entanto, outro grande desafio é como enviar essa energia à Terra? Hoje a melhor solução seria a
utilização de ondas de rádio eletromagnéticas, como já foi demonstrado em projetos desenvolvidos
pela Agência de Exploração Aeroespacial do Japão. Isto é, converter a eletricidade gerada pelas
estações solares em ondas de energia e usar campos eletromagnéticos para transferi-las para uma
antena na superfície da Terra que, então, faria o processo reverso. Embora ainda exista muito
trabalho a ser feito, a estimativa é que as primeiras estações solares espaciais estejam em operação
já no fim das próximas décadas. Exemplo disso é o projeto Omega, que poderá fornecer 2 Gigawatts
de energia à Terra em sua máxima capacidade e o qual os cientistas chineses pretendem torná-lo
operacional em 2050. A esperança é que, mais que um marco da capacidade tecnológica do ser
humano, as usinas solares espaciais se tornem uma poderosa arma no combate ao aquecimento
global.
Fonte: The Greenest Post e ABSOLAR.